domingo, 18 de outubro de 2009

NÃO POSTO MAIS AQUI, PERDI O TEXTO :/ SE EU ACHAR VOLTO A POSTAR BEIJOS

quinta-feira, 17 de julho de 2008

IV

Eu estava sentada em baixo de uma mangueira em uma mesa de madeira, no céu não dava para se ver uma nuvem, apenas o sol que brilhava fortemente. Não tinha ninguém naquele lugar além de mim, mas mesmo assim ainda podia ouvir uma canção sendo assobiada. Naquele momento Melissa apareceu caminhando em minha direção, ela se sentou em na minha frente e sorriu.
Naquele momento acordei com o meu celular tocando, era a quinta vez naquela semana que estava tendo o mesmo sonho aquilo estava começando a me assustar.
Atendi ao telefone celular, era o Thiago.
- Ei! Você sabe que horas são? 11:00 da manhã, só por que você não trabalha hoje não quer dizer que pode ficar dormindo até mais tarde. – me disse ele do outro lado da linha,
- O que você quer? – lhe perguntei ainda com a voz sonolenta.
- Não se lembra? Hoje você vai experimenta de novo o vestido.
- Ah sim agora me lembrei. Que horas?
- As 15:00.
- Ok encontro vocês lá, mande um beijo pra Melissa.
- Pode deixar, agora vai tomar um banho. – brincou ele.
- Até mais beijo.
- Beijo.
No banho deixei que a água quente percorresse meu corpo, meus pensamentos se alternavam entre o meu sonho, e como seria encontrar novamente Tomás. Era de costume que eu demorasse no banho, mas estava tentando mudar este habito, então logo desliguei o chuveiro e me enrolei em uma toalha.
Para o almoço me virei com algumas coisas que encontrei dentro da geladeira, depois de comer fiquei corrigindo algumas provas, por volta das 14:30h peguei minha bolsa e as chaves do carro e fui para a loja de aluguel de vestidos.
- Esta atrasada 15 minutos. – disse Thiago que me esperava na frente da loja.
- Desculpe, foi difícil achar um lugar para estacionar o carro. – respondi um pouco mal humorada.
- Não ligue pro que ele diz. – Interrompeu Melissa. - Acabamos de chegar também, Tomás esta lá dentro esperando por nós vamos entrar.
Tomás estava usando uma de suas camisetas antigas dos Beatles sua barba estava por fazer, quando estávamos juntos, volta e meia eu pedia pra que ele não fizesse a barba, pois ela por fazer dava um ar másculo a ele.
- Olá – disse ele estendendo a mão.
- Tudo bom? – perguntei, me desviando da mão e o cumprimentando com um beijo.
- Tudo sim e com você?
- Tudo ótimo. – respondi sorrindo enquanto ele ficava todo encabulado com a situação.
Ali na loja foi como da ultima vez vestimos as roupas, vimos se os ajustes estavam bons, marcamos mais algumas coisas, e combinamos de uma prova para dali duas semanas.
Tomás foi me acompanhar até o carro, segundo ele o dele estava ali perto. Fomos metade do caminho em silencio até que ele resolveu falar.
- Aquele dia, o café com Melissa foi bom?
- Foi sim. – Respondi rezando para que não perguntasse sobre o que havíamos falado.
- Ah... – ele hesitou – bem já que eu não fui daquela vez que tal sairmos juntos hoje? – Levei um susto. – Bem não como um encontro, você sabe como amigos. – Fiquei olhando para ele com espanto. – Bem se você não quiser... É claro que fui abusado, mas não seria nada de mais apenas um barzinho quem sabe? Não que eu queira te embebedar para você sabe... – Ele estava tentando se explicar, só estava se enrolado cada vez mais a cada frase, ele estava um graça daquele jeito.
- Tudo bem Tomás eu entendi, que horas é melhor pra você? – Ele sorriu aliviado.
- As oito pode ser?
- Ótimo.
- Que bom. Não a nada melhor do que uma boa comida, uma boa musica e uma boa companhia. – dei uma leve risada, ele havia recuperado sua compostura, estava até fazendo brincadeiras. – Eu te pego as oito então.
Dei-lhe um beijo no rosto, abri a porta do meu carro e entrei, abaixei o vidro da janela do passageiro, e sorri para ele.
- Você se lembra onde era a casa da minha avó? – Perguntei a ele.
- Lembro sim, era onde você morava quando sua família ainda morava toda junta. – Respondeu ele.
- Estou lá agora, se tiver alguma duvida liga no meu celular esse é meu numero. – peguei um de meus cartões que ficavam jogados dentro da bolsa.
- Pode deixar eu me lembro onde é sim, não é muito longe do meu apartamento.
Ele desencostou do carro, coloquei a chave na embreagem e fui embora, fiquei olhando pelo retrovisor o Tomás que estava parado com a mão no bolso, e talvez esperasse eu desaparecer de vista para entrar em seu carro.

sábado, 21 de junho de 2008

III

Fomos até um café ali perto, á apenas algumas ruas do estabelecimento que estávamos, nem houve tempo de se iniciar uma conversa entre nós duas.
Abri a porta do pequeno local para que ela pudesse entrar primeiro, logo em seguia entrei, e pude sentir o aroma de café recém moído.
Sentamos-nos em uma mesa de dois lugares, mais afastada. A garçonete nos entregou um cardápio pequeno e marrom e se retirou.
- Me lembra muito as pequenas cafeteirias da Europa. – Comentou Melissa observando tudo em volta.
- Não sei... Não cheguei a ir a Europa infelizmente. – Lhe disse. – Com toda certeza você já foi não é?
- Já sim, morei lá por alguns meses, foi lá que conheci o Thiago.
Surpreendi-me com sua resposta, então quer dizer que eles se conheciam a mais de seis meses e não foi aqui que se conheceram. Como ele conseguiu esconder isso de mim por tanto tempo?
Voltamos a um breve silencio até que a garçonete se aproximou e fizemos nossos pedidos, mais uma vez ela pediu licença e se retirou.
- Há quanto tempo você conhece o Thiago? – Perguntou Melissa.
- Bem foi na mesma época do Tomás... Vamos ver... Onze anos se não me engano.
Ela sorriu amarelamente, talvez constrangida com alguma coisa que disse.
Mais um momento de silêncio e nos entregaram um cappucino. Melissa tomou um gole observou a borda do copo, e num súbito levantar de cabeça disse:
- Manuela. Sei que é uma pergunta meio que inconveniente, que não é da minha conta saber sobre isso, mas... Qual sua história com o Tomás?
Pra dizer a verdade não foi surpresa nenhuma aquela pergunta, achei que ela tinha até demorado de mais para fazê-la. Fiquei muito na duvida se responderia ou não, mas algo naqueles olhos me mostraram que podia confiar nela. Sorri singelamente e comecei.
- Eu conheci o Tomás, o Thiago e todos os outros meninos aos meus 14 anos, eram grande amigos, sempre saímos juntos, freqüentávamos uns a casa dos outros. Nesse meio tempo acabei me apaixonando por Tomás, ele estava sempre sorrindo e nossa amizade era maior do que a com os outros, porém meu medo era de perder aquilo que mais prezava nossa amizade. Um ano e meio depois, Tomás simplesmente apareceu em casa e me deu beijo. Foi algo sem explicação, depois daquele dia sempre que tínhamos a oportunidade de ficarmos sozinhos aproveitávamos para nos beijar. Foi assim por dois meses até que ele me pediu em namoro. – Tomei um gole de cappucino e vi Melissa acompanhava atentamente a história. – Quando completei 18 anos, arrumei minhas coisas e fui embora de casa, fui morar no pequeno apartamento que o Tomás havia alugado. Depois disso tudo aconteceu muito rápido, em função de nossos trabalhos acabamos indo morar em Nova Iorque estava tudo muito perfeito. Eu estava com 22 anos, nossa vida financeira e amorosa estava perfeita, até que Tomás recebeu a proposta de ir para a França e eu para deveria ir trabalhar em um laboratório em Tókio, porém ninguém contou a ninguém as novidades, e o Tomás para me fazer uma surpresa comprou as passagens para Paris e me pediu em casamento. Eu recusei. – Ela me olhou confusa, apenas sorri tristemente e continuei. – Disse a ele que não queria largar minha carreira profissional naquele ponto que estava, e que não era ainda a hora de nos casarmos. Acho que aquele dia destruí o coração dele. – Meus olhos se encheram de lagrimas. – Ele apenas me perguntava o que havia feito de errado. E eu dizia que nada apenas queria ir para o Japão trabalhar, troquei o maior amor da minha vida por alguns tubos de ensaio.
Melissa puxou sua cadeira e colocou ao lado da minha, pegou um lenço dentro de sua bolsa e limpou minhas lagrimas que já escorriam dos meus olhos. O fato que lhe contaria a seguir nunca havia dito a ninguém, mas algo naqueles olhos me passavam confiança, e resolvi dizer a ela o porque não aceitei o pedido de casamento do homem que mais amei na vida.
- Você deve estar me achando uma louca não é? Eu vou te explicar...
- Não, não precisa continuar, eu não quis te fazer chorar. – Ela me interrompeu. - Desculpa mesmo, foi muita falta de...
- Não, eu quero te contar o resto da história. – Sorri – você não precisa pedir desculpas por nada. Bem continuando. – Enxuguei um pouco mais das lagrimas. – Para dizer a verdade não fui para o Japão desiste da vaga de trabalho lá. Minha mãe estava muito doente e me pediu que voltasse para casa, só que com uma condição, que me separasse de Tomás e que eu fosse sozinha morar com ela. Minha mãe sempre acreditou que o Tomás foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, que ele modificou o meu jeito de ser e todo o resto, que ele era mais velho do que eu e estava me iludindo. “Você não deve ir atrás dele, você esta apaixonada por isso não vai dar certo” era a frase favorita dela. Talvez porque ela nunca tenha sido feliz no amor, tinha medo de me ver sofrer como ela sofreu. Ela era totalmente contra tanto que não podíamos namorar dentro da minha casa. Enfim como a saúde de minha mãe estava em um estado muito critico resolvi que devia seguir suas condições, ao menos por um tempo. Naquela mesma noite arrumei minhas coisas e fui para o Aeroporto. Quando cheguei em casa me arrependi, ela só reclamava e me criticava dois meses depois, fui embora, fui atrás de noticias de Tomás, disseram que ele estava morando com uma mulher na França, aquilo me fez perder a esperanças de voltar com ele.
Senti-me mais aliviada, porém as lagrimas continuavam a escorrer, Melissa se aproximou e me deu um beijo no rosto. O meu sorriso foi instantâneo meu coração pulava dentro do peito.
- Melhor a gente ir indo, pode deixar que eu pago, é o mínimo que tenho que fazer, eu te fiz chorar o tempo todo.
Dei uma leve risada e enxuguei pela terceira vez as lagrimas. Ela pagou a conta e fomos embora. Ali surgiu mais do que admiração.
II

Faltava apenas quinze minutos para as quatro, deixei meu carro no estacionamento mais próximo da igreja no centro da cidade, tirei o jaleco e usei um perfume que eu sempre deixava no carro, o cheiro dos produtos químicos muitas vezes acabava impregnando. Peguei minha bolsa e fui andando até a igreja, ali sentei na escadaria e fiquei esperando eles aparecerem.
Ele veio caminhando com as mãos no bolso da calça jeans escura. Seus cabelos estavam um pouco mais cumpridos desde a ultima vez que nos vimos, estavam no meio da nuca, como sempre bagunçados. Quando me viu sorriu levemente e apreçou o passo chegou perto e apenas sentou ao meu lado. O silêncio reinou por um bom tempo, parecia uma eternidade. Confesso que naquela hora que fiquei ali ao seu lado sentido aquele perfume tão familiar, eu tive vontade de encostar a cabeça em seu peito e pedir desculpas, dizer que fui uma completa idiota, beijar sua boca vermelha e ali mesmo amá-lo como nunca o amei. Porém rapidamente expulsei todas aquelas idéias da minha cabeça, só podia estar ficando louca.
- Desculpe-me por ter dito ao Thiago que trocávamos e-mails. – Disse ele sem olhar para mim apenas paras as pessoas que passavam andando.
- Tudo bem não tinha por que mesmo continuar escondendo. – Respondi sem encará-lo.
Voltamos ao desconfortável silêncio.
- Estranho não é? O Thiago se casando, sendo que quando nos conhecemos ele disse “Não gosto de mulheres”, achamos até que ele era gay. – disse ele sorrindo – Todos casados, e a gente aqui.
Acho que só depois que as palavras haviam saído da sua boca que ele percebeu o que tinha dito. Ele empalideceu e rapidamente ruborizou-se. Meu coração quase saiu pra fora e se reprimiu até quase explodir me faltou o ar, as lágrimas quase voltaram a cair, mas me recompus rapidamente.
- Não é? Muito estranho estar se preparando para o casamento do Thiago, nunca pensei que ele ia se amarrar a alguém. – Fingi não ter escutado as ultimas palavras dele.
- Com toda certeza. O que essa garota deve ter para convencê-lo a casar?
- Talvez possamos descobrir agora. – Apontei para um casal que vinha caminhando em nossa direção.
O homem de cabelos castanhos claros era alto e os olhos escuros aparentavam um ar de esnobe, vinha de mãos dadas com uma jovem de cabelos castanhos escuros ondulados até o meio das costas, seus olhos eram verdes com mel, e vinha sorrindo e o seu rosto me pareceu familiar por um instante, mas logo resolvi que nunca havia visto antes.
- Vocês vieram juntos? – Foi a primeira coisa que Thiago perguntou antes mesmo de nos cumprimentar.
- Não, não viemos. – me apressei em responder e o fuzilei com os meus olhos.
- Thi... – Interrompeu a jovem de mãos dadas com ele, ela parecia ter percebido o clima que tinha começado a se formar.
- Desculpe, essa aqui é Melissa. Melissa, esses são Tomás e Manuela, velhos amigos.
Tomás apertou a mão dela e sorriu.
- Belo nome o seu.
- Obrigada - ela disse.
Melissa me cumprimentou com um beijo no rosto. Seu perfume me fez arrepiar inteira, meu coração acelerou sem explicação nenhuma, se minha pele não fosse escura eu teria rosado nas bochechas.
- Prazer – disse sorrindo.
- O prazer é todo meu, o Thiago me falava muito de vocês.
- Melhor irmos andando – falou o noivo que saiu andando de mãos dadas com sua mulher.
- Espere. – Tomás me puxou pelo braço – Você ia esquecer sua chave.
Ele me entregou um molho de chaves com um chaveiro estilo oriental.
- Obrigada.
Começamos a andar um pouco atrás do casal que seguia conversando alegremente.
- Vejo que ainda usa o chaveiro que eu te dei. – me disse Tomás.
- Uso sim – sorri – você me deu aquela vez que fomos a uma feirinha na viagem à praia.
- Você ainda se lembra. Achei que fosse apenas mais uma memória apagada de sua mente.
- Não, me arrependo de ter apagado aquelas lembranças da minha cabeça.
- Mas você sabe que elas estão ai em algum lugar?
- Sei sim, mas vou viver o agora se for preciso lembrar algo lembrarei.
- Você realmente não consegue me enganar. - Ele disse me surpreendendo – eu sei quando você mente.
- Quer que eu diga a verdade? – Indaguei.
- Por favor.
- Eu gostaria de lembrar de tudo sim, mas isso só depende de mim, não quero lhe preocupar com isso.
Ele apenas sorriu, não disse mais nada, colocou as mãos nos bolsos e pareceu se perder em seus pensamentos.
Andamos quatro quadras até chagar ao um estabelecimento de compra e aluguel de roupas para casamento. O lugar tinha dois andares um com vestidos e o segundo com ternos, smoking, e outras vestimentas masculinas.
- Manu – Me chamou Thiago – Vá com a Melissa, ela irá te mostrar os vestidos.
- Ok, depois encontro vocês então.
Acompanhe-a em silêncio, ela mantinha um sorriso singelo no rosto, porém não imperceptível, mexia constante mente no anel em seu dedo, ela aparecia ansiosa para ocasião mesmo faltando ainda alguns meses pela frente.
- Ola senhorita Melissa – cumprimentou a vendedora sorridente. – Vejo que trouxe a madrinha que faltava. Sua amiga também?
- Não do meu noivo, mas espero que se torne minha também. – Respondeu ela sorrindo pra mim.
- Claro. – Soltei um dos meus sorrisos mais falsos, não que não quisesse fazer amizade com ela, porém estava totalmente desconfortável, naquela situação, existia uma coisa que eu e Tomás não gostávamos de fazer, experimentar roupas. Pensei em como ele estava se saindo no andar de cima.
Melissa se sentou de pernas cruzadas em uma cadeira na frente de três cabines de provadores, a vendedora colocou sobre os meus braços três vestidos e me indicou a cabine do meio.
Os três vestidos eram do mesmo corte e tecido só mudava a cor um era vermelho, um amarelo bem claro e o outro um azul royal, escolhi o que a cor mais me agradava e vesti ele estava um pouco largo na parte dos seios, mas era normal, era um vestido para se alugar e com toda certeza deveriam se fazer ajustes. Ao me olhar no espelho, surpreendi a mim mesma com o que vi, o vestido realmente era lindo mais do que eu pensava quando a vendedora me deu, ele era um tomara que caia e a saia descia com frisados até um pouco abaixo dos joelhos, era simples, porém lindo.
- Já se vestiu querida? – Perguntou a vendedora do outro lado de lá da cortina.
- Já sim. – Respondi me fitando no espelho.
- Então sai para que possamos dar uma olhada.
Abri a cortina e dei alguns passos para frente, o vestido dava um belo movimento quando andava.
- Esta ótima, ficou muito bom para você. – Me disse Melissa sorrindo.
- Obriga. – Fiquei encabulada.
Nesse momento vi Tomás descendo as escadas vestindo um fraque bege e uma calça cinza com pregas. Abaixo do fraque vinha um colete preto sobre uma camiseta levemente rosa. A gravata era da cor de meu vestido. Ele esta maravilhoso, seus ombros pareciam muito mais largos, que lhe deu um ar de elegante, charmoso, sensual.
Ao me ver ele levantou as sobrancelhas e sorriu, se aproximou e parou ao meu lado de frente para um grande espelho.
- Você está linda. – Ele me disse corando um pouco.
- Você também não está nada mal – Falei olhando para seu reflexo no espelho.
- Nossa! – Esclamou a vendedora – Realmente vocês formam um belo casal. São casados?
Pude ver que Melissa se contorceu na cadeira ao meu lado, acho que ela já estava ciente da situação em que eu e Tomás vivíamos, resolvia acabar com aquilo ali mesmo.
- Não senhora, não somos casados, apenas amigos. – Sorri falsamente. – Acho que tenho que fazer alguns ajustes no vestido, se for esse mesmo que irei vestir.
- Por mim pode ser esse mesmo, ele está ótimo em você. O que você acha? – Perguntou Melissa a Thiago que se aproximou, após ter ouvido do segundo andar a pergunta impertinente da atendente.
- Muito bom, a roupa está perfeita para o dois.
- Ok, então. – sorriu a mulher – Farei os ajustes necessários, dentro de uma semana podem voltar aqui para a segunda prova.
Ela marcou com alfinetes coloridos alguns pontos onde deveria diminuir o tamanho do busto. Na calça que Tomás usava ela marcou uma pensa, realmente a calça estava meio larga. Tiramos as roupas e os quatro se encontraram na frente da loja.
- Poderíamos ir tomar um café agora. – Sugeriu Melissa alegremente.
- Eu não posso, tenho que voltar ao restaurante. – Respondeu Tomás
- Sem problemas para mim. – Disse calmamente. – Hoje não tenho que dar aula.
- Então vá com a Manu. – Sugeriu Thiago todo sorridente. – Eu não vou poder ir, mesmo assim vocês podem conversar um pouco mais e ir se conhecendo.
Melissa apenas sorriu, se despediu de Tomás, e deu um longo beijo em Thiago. Por um momento aquilo foi bem desconfortável, porém logo acabou.
- Podemos ir? - Perguntou Melissa.
Concordei e com a cabeça, acenei para os dois e descia a rua a pé, acompanhada jovem que acabara de conhecer.

domingo, 25 de maio de 2008

Lembranças de uma amizade







I



O convite chegou pelo correio, foi entregue em minhas mãos pelo carteiro, era um envelope de papel grosso de cor pastel, trazia escrito em uma bela caligrafia dourada dois nomes. O masculino eu conhecia, o feminino pelo contrario, não existia nem uma vaga lembrança de ninguém com esse nome.
- A senhorita poderia assinar aqui? – o carteiro me esticou uma prancheta com uma caneta.
- Claro. – Sorri simpaticamente.
Rubriquei o papel e o devolvi ao carteiro, sem ao menos agradecer me virei de costas para o portão e andei arrastando meus chinelos até a porta de vidro, ainda olhando para aquele convite em minhas mãos, foi uma enorme surpresa recebê-lo. Encostei a porta e subi o pequeno lance de três escadas até a porta da sala que estava aberta, e me sentei no sofá.
Ao abrir o convite, lá estavam descrito todos os detalhes do casamento, os nomes dos pais, dos noivos, local da cerimonia e da festa, a data do evento tão esperada por tantos pais e o sonho de tantas mulheres. Dentro daquele envelope tinha algo mais um papel branco, era uma carta do noivo.
"Manuela, sei que devo ter te pego de surpresa com esse convite de casamento, infelizmente não tive oportunidade de lhe entregar em mãos, queria ter lhe feito uma surpresa, convidando pessoalmente você para ser minha madrinha juntamente com o Tomás. Creio que está bem confusa com a situação, tudo bem eu também estaria. Desculpe-me por ter escondido tanto tempo de você esse evento tão importante em minha vida, mas como havia lhe dito, era pra ser uma surpresa. Me ligue quando receber isso, você sabe o numero. Um enorme abraço do seu velho amigo Thiago".
Coloquei a mão atrás da nuca e pensei um pouco no que estava acontecendo. Peguei meu celular que estava jogado no assento do sofá ao lado, disquei a sequência de números desejada e aproximei o aparelho do ouvido, não foi preciso chamar mais que quatro vezes, logo ele atendeu.
- Manuela, olá - me disse ele logo, do outro lado da linha.
- Thiago – disse calmamente – até quando você pretendia esconder isso de mim?
- Então você recebeu o convite?
- Recebi sim, mas acho que a intenção não é só que eu seja sua madrinha não é?
- Do que você está falando?
- Thiago não me responda com perguntas. Por que eu e o Tomás? Não podia ser outro padrinho?
- Ah! É isso. Não, isso não é uma tentativa de reaproximar vocês, pode ficar tranquila, porém escolhi ele, pois são meus amigos, e realmente vocês ficam muito bem juntos.
- Mas tem tantos outros Thi, o Carlos, o Rodrigo, o Matheus até o pequeno Caio que nem é mais tão pequeno assim.
- Eu sei, mas eles têm suas mulheres e namoradas, diferente de vocês dois que nunca namoraram ninguém depois que terminaram.
- Claro que namorei, quatro pessoas.
- Nem um desses durou mais do que dois meses, concorda comigo? Por favor, Manu aceita. Vocês nem terão que conviver muito tempo juntos, só algumas horas, você não poderia fazer isso pelo seu velho amigo?
- Não faça chantagens. E é claro que eu quero ser sua madrinha.
- Que ótimo então vamos nos encontrar amanhã para ver o seu vestido, pode ser?
- Nós quem cara pálida? Eu e você?
- Nossa que gíria velha! Eu, você, minha noiva e o Tomás.
- Ele tem que ir mesmo? Se eu que vou experimentar o vestido? Ele é apenas meu acompanhante. E você e sua mulher?
- Nós queremos algo meio que padrão entre os padrinhos, por isso nós vamos ver mais ou menos como é, e ele depende da sua roupa para decidir a dele, ta?
- Ok. Posso aguentar algumas horas com ele.
- Manu, eu sei que você não o odeia que ainda troca e-mails com ele quase diariamente, vocês foram tão amigos por que não pode rolar agora?
- A por que... Vamos ver... Ah é! Eu dormi com ele, quase casei com ele. Deve ser por isso. Eu sei que somos orgulhosos de mais para admitirmos nossos erros, e que muitos ex-casais são amigos. Que é uma briga idiota que já dura três anos. Não precisa me lembrar tudo isso, você já me disse varias vezes. – estava extremamente irritada, mas não por que não gostava da ideia de ser madrinha do casamento de Thiago, mas com a ideia de que talvez tudo aquilo fosse apenas um jogo para que eu pudesse me aproximar de Tomás mais uma vez. – Desculpe me exaltei um pouco. Onde você disse que iríamos nos encontrar?
- No centro da cidade, as 16:00 horas. – Ele respondeu um pouco desconcertado – Você irá gostar de Melissa, ela é uma boa pessoa, e tem nome que você disse que daria para sua filha com Tomás. Se tive se tido, claro.
Senti uma pontada no peito, não foi porque me fez lembrar de Tomás e nossos planos como um casal, mas sim à ideia do nome Melissa. Era bem mais antigo que nosso relacionamento, era algo que eu trazia desde meus 14 anos de idade, o porque do nome eu realmente já havia apagado da minha cabeça, era mais uma daquelas lembranças que por mais felizes que fossem, me faziam sofrer.
- Desculpe – falou Thiago percebendo o silêncio do outro lado da linha. – Não foi minha intenção te fazer lembrar do que não queria.
- Tudo bem, eu não consigo lembrar mesmo porque do nome, é isso que mais me deixa mal, não lembrar.
- Então você vai amanhã?
- Vou sim, pode deixar. Não vou te dar um bolo.
- Até amanhã então
- Até, eu não esqueci que você me escondeu que estava namorando e que ficou noivo não, viu? Vai ter troco.
- Tomara que tenha, tomara. Tenho que desligar agora, tchau, beijo.
- Beijo.
Desliguei o celular e taquei-o novamente no outro sofá de três lugares. Peguei mais uma vez o convite do casamento, e fiquei olhando os nomes em dourado mais uma vez: "Thiago e Melissa". Por que aquele nome agora me perturbava? Parecia tão irrelevante da primeira vez que o vi.
Acabei me cansando daqueles devaneios e de tentar forçar minha mente a lembrar de coisas que eu mesma havia apagado dela. Levantei-me e fui tomar um bom banho.

Lembranças de uma amizade

* O titulo desse primeiro texto não é definido, seria bem intereçante se vocês pudessem estara me ajudando a escolher o titulo conforme eu for postando o texto ok?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Uma pequena introdução

Sempre gostei de escrever, e já havia visto varias pessoas publicarem histórias a partir de seu blogs então resolvi fazer o mesmo e começara publicar as minhas histórias em um blog.
Não queria mais deixá-las em um papel, ou no meu computador onde só eu pudesse ler, queria opiniões, criticas construtivas que me ajudassem a melhor.
Vou começar postando duas histórias que estou escrevendo atualmente, vou alternar as postagens das histórias, mas sempre vira o titulo antes para que não haja confusão.
Bem é isso espero que gostem.